A doutrina da existência de um
‘inferno de fogo’ tem despertado e atenção dos homens de todos os séculos.
Pensadores têm rejeitado o cristianismo por causa de tal doutrina; jovens têm
abandonado a crença em Deus, pois pensam: “Não posso crer em um Deus que para
demonstrar sua justiça tenha de atormentar no fogo a alma de uma pessoa
eternamente; Ele não existe...”. Muitos têm saído das fileiras do cristianismo
por causa deste assunto. Isto poderia ser evitado, caso fosse feito um estudo
sincero, honesto e fiel ás regras de interpretação do verso Bíblico e ao
contexto das Escrituras.
O presente estudo irá analisar o
que é o inferno de acordo com o ensino Bíblico; qual o correto significado de
alguns dos textos Bíblicos que mencionam a palavra ‘inferno’; o inferno de fogo
existe hoje ou existirá em um futuro? Por quanto tempo?
Antes disso, é importante
salientar o que a Bíblia ensina sobre o estado do homem na morte:
A Bíblia diz que Jesus Cristo criou todas as coisas
com Deus o Pai, e que Ele existe desde a eternidade. “Ele é a imagem do Deus invisível o primogênito de toda a criação; pois,
nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre terra, as visíveis e as
invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades.
Tudo foi criado por meio Dele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. (todos vivem
por meio Dele, pois é Jesus quem dá vida e respiração a todas as criaturas do
universo -Colossenses 1:15-17) (Leia Miquéias 5:2; João 1:1-3 - cf. Apocalipse
19:13; João 17:5; Romanos 9:5; Filipenses 2:5-11; Colossenses 2:8-10; Tito
2:13; Hebreus 1:6-12; I João 5:20, etc.)”.
Pelo fato de Jesus ter ajudado a Deus, o Pai, e
também o Espírito Santo, a criar todas as coisas, é muito óbvio que Ele saiba
melhor que qualquer um como é a morte. Vejamos o que Jesus diz sobre a morte:
“Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo
lázaro adormeceu, mas vou para
despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo.
Jesus, porém, falara com respeito á morte de Lázaro; mas eles supunham
que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente:
Lázaro morreu...” (João 11:11-14- grifo nosso).
Depois de ficar doente, Lázaro morreu. E o que
Jesus disse a respeito da morte de Lázaro? Disse que ele estava dormindo! Não
devemos duvidar do Senhor. Ele sabe melhor que nós qual é o estado do homem na
morte. A Bíblia compara a morte a um
sono em aproximadamente 53 versos diferentes.
O Antigo Testamento, que também
teve sua inspiração do Espírito Santo (II Timóteo 3:16), também declara que,
quando um a pessoa morre, ela está em total inconsciência. Veja: “Porque
os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem “coisa nenhuma”, nem
tampouco terão eles recompensa, pois sua memória está entregue ao esquecimento.
Amor, ódio e inveja para eles já pereceram: para sempre não têm eles parte em
coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” (Eclesiastes 9:5,6- leia também
Salmo 6:5;Salmo115:17;Salmo 146:3,4;Isaías 38: 18,19).
O próprio Jesus disse que a
ressurreição será no último dia, quando ele voltar (João 6:40). Mas como
harmonizar estes versos com aqueles que mencionam o “tormento eterno?”.
Primeiramente temos de entender
que a Bíblia foi inspirada pelo Espírito Santo. (II Pedro 1:20, 21).
Sendo que o
Espírito Santo é perfeito, Ele não vai se contradizer; não irá dizer em uma parte da Bíblia que na morte
a pessoa está em total inconsciência e em outra afirmar que os ímpios sofrerão
eternamente na segunda morte.
Portanto, se há uma aparente
contradição não é culpa de Deus, mas sim nossa, pois somos limitados por causa
do pecado. Outro fator que leva-nos a encontrar “contradições” na Bíblia é o
fato de não a estudarmos profundamente. É o que pretendemos fazer agora,
analisando estes versos em seu contexto e verdadeiro significado; vejamos um
estudo sobre este tema elaborado pelo Professor de Teologia Pedro Apolinário:
1o) Quais as palavras hebraicas e gregas que foram
impropriamente traduzidas por inferno;
2o) Que significam estas palavras na língua original;
3o) Analisar as dificuldades em bem traduzi-las.
A doutrina de um inferno para
tormento eterno é de origem pagã, foi aceita pela igreja dominante, nos séculos
escuros da Idade Média, para intimidar os pagãos a aceitar as crenças
católicas”.
Vamos fazer uma análise das
palavras traduzidas por inferno. Partes deste estudo foi tirado do livro de
Pedro Apolinário, “Explicação de textos difíceis da Bíblia”, págs. 135 a 142:
Análise das palavras erradamente
traduzidas por inferno:
Sheol.
Este vocábulo aparece 62 vezes no
Velho Testamento.
Sheol era o lugar para onde iam
os mortos, por isso é sinônimo de sepultura, ou lugar de silêncio dos mortos.
Sheol nunca teve em hebraico a
idéia de lugar de suplício para os mortos.
Sendo difícil traduzi-los porque
nenhuma palavra em português dá a exata idéia do significado original, o melhor
é mantê-la transliterada como fazem muitas traduções. A tradução brasileira não
a traduz nenhuma vez.
Experimente traduzir sheol por
inferno nestas duas passagens: Gênesis 42:38 e Jonas 2:1-2.
Hades.
É usada apenas 10 vezes no Novo
Testamento: Mateus 11:23; 16:18; Lucas 16:23; Atos 2: 27,31; Apocalipse 1:18;
6:8; 20:13,14 (I Cor. 15:55).
Sobre o emprego desta palavra em
I Cor. 15:55, Edílson Valiante numa Monografia sobre a palavra Hades, pág. 27
(1978), declarou:
“A passagem de Paulo de I Cor.
15:55 apresenta um problema de crítica textual. Na leitura feita na
Septuaginta, encontramos também neste verso a palavra Hades, no vocativo. As
traduções mais antigas da Bíblia, antes das descobertas do século XIX para cá, traziam
a palavra “inferno” como sendo tradução de hades”.
“Com estudos feitos na área da
crítica textual, valendo-se das importantíssimas descobertas de Tishendorf,
verificou-se que a palavra usada não era Hades, mas a palavra yanatov (morte). Este estudo foi baseado nos
mais fidedignos manuscritos descobertos até hoje”.
“Com tudo isto ficou claro que
Paulo não usou nenhuma vez termo hades em seus escritos, provavelmente para não
confundir com os conceitos deturpados do hades que existiam em sua época. Outra
razão é dada por Edwards, dizendo que Paulo, escrevendo em grego, procurava
fugir do mau agouro que acompanhava a palavra e causava terror ao povo; cota
Platão a para reafirmar sua idéia: “O povo em geral usava a palavra Pluto como
eufemismo do hades, com seus temores de levá-los para as partes errôneas do
invisível”. É certo, também que Paulo não usou nenhuma vez a expressão Pluto,
mas subentendendo o conceitualismo Bíblico, em Romanos 10:7 usa o termo
abismo”.
Edílson Conclui sua ponderações
declarando: Além de todas essas razões, Nichol, em seu Answers to Objections
diz:
“Nós concluímos que também em I
Cor. 15:55, onde a palavra sepultura é uma tradução de Hades, e descreve que
sobre o tal os justos serão finalmente vitoriosos na ressurreição. Incidentalmente,
I Cor. 15:55 é uma citação do Velho Testamento (Oséias 13:14), onde encontramos
a palavra sheol aplicada”. – F. Nichol. Answers to Objections, pág. 366.
Nas melhores traduções da Bíblia,
inclusive na versão de Almeida Revista e atualizada, o termo inferno já foi
substituído por morte.
A palavra “Hades” no Novo
Testamento corresponde exatamente á palavra “Sheol” do Velho Testamento. No
Salmo 16:10 Davi disse: “Pois não deixarás a minha
alma no Sheol...”.
Pedro usando esta passagem
profética do Velho Testamento afirmou em Atos 2:27: “Porque não deixará a
minha lama no hades...”.
Outra prova da sua exata
correspondência se encontra na tradução da Septuaginta, pois das 62 vezes que
Sheol é usada no Velho Testamento, 61 vezes foi traduzida por hades.
Origem da palavra Hades.
Provém do prefixo a – alfa
grego com a idéia de negação, privação e do verbo idein = ver,
significando então: o que não é visto, lugar de onde não se vê, por isso é
sinônimo de sepultura, habitação dos mortos.
Os gregos dividiam o Hades em
duas partes, (posteriormente falavam até em quatro): o Elysium – a habitação
dos vitoriosos e o Tártarus – a habitação dos ímpios.
Esta idéia de divisões e
subdivisões do Hades é totalmente pagã sem nenhum apoio Bíblico.
Geena.
Palavra hebraica transliterada
para o grego geena, que se encontra nas seguintes 12 passagens: Mateus 5: 22,
29, 30; 10:28; 18:9; 23:15, 33; Marcos 9:43, 45, 47; Lucas 12:2; Tiago 3:6.
Geena vem do vocábulo hebraico Ge
Hinom ou Gé Ben Hinom – Vale de Hinom ou Vale do filho de Hinom. Nesse vale
havia uma elevação denominada Tofete, onde ímpios queimavam seus próprios
filhos.
Este vale se situava a sudoeste
de Jerusalém; neste local, antes da conquista de Canaã pelos filhos de Israel,
cananitas ofereciam sacrifícios humanos ao deus Moloque.
Terminados os sacrifícios
humanos, este local ficou reservado para depósito do lixo proveniente da cidade
de Jerusalém. Juntamente com o lixo vinham cadáveres de mendigos encontrados
mortos na rua ou de criminosos e ladrões mortos quando cometiam delito. Estes
corpos, ás vezes, eram atirados onde não havia fogo, aparecendo os vermes que
lhes devoravam as entranhas num espetáculo dantesco e aterrador. É a este
quadro que Isaías se refere no Capítulo 66 verso 24.
Por estas circunstâncias, este
vale se tornou desprezível e amaldiçoado pelos judeus e símbolo de terror, da
abominação e do asco e mencionado por Jesus com estas características. Ser
atirado á Geena aos a morte, era sinônimo e desprezo ao morto, abandonado pelos
familiares, não merecendo ao menos uma cova rasa, estando condenado á
destruição eterna do fogo.
O vale de Hinom era um crematório
das sujidades da cidade de Jerusalém.
O fogo ardia constantemente neste
sítio e com o objetivo de avivar as chamas e tornar mais eficaz a sua força
lançavam ali enxofre.. Devido a estas circunstâncias, Jesus com muita
propriedade usou este vale para ilustrar o que seria no fim do mundo a
destruição dos ímpios, sendo queimados na Geena universal.
Tártaro.
A palavra grega “Tártaro” ocorre
somente uma vez no Novo Testamento. Encontra-se em II Pedro 2:4 e diz o
seguinte:
“Ora, se Deus não poupou a anjos
quando pecaram, antes precipitando-os no inferno (Tártaro no original) os
entregou a abismos de trevas, reservando-os para o Juízo”.
A palavra tártaro, usada por
Pedro se assemelha muito á palavra “Tartarus”, usada na etimologia grega, com
nome de um escuro abismo ou prisão; porém, a palavra tártaro, parece referi-se
melhor a um ato do que a um julgar. A queda dos anjos que pecaram foi do posto
de honra e dignidade á desonra e condenação; portanto, a idéia parece ser: Deus
não poupou aos anjos que pecaram, mas os rebaixou e os entregou a cadeias de
trevas. Não existe nenhuma idéia de fogo ou tormento nesta palavra, ela simplesmente
declara que estes anjos estão reservados para julgamento futuro.
Os problemas relacionados com a
palavra inferno se desfazem como bolhas de sabão, quando conhecemos bem o
significado etimológico dos termos sheol, hades, geena e tártaro, que jamais
poderiam ser traduzidos pela nossa palavra inferno por ter uma conotação
totalmente diferente do que é expresso por aqueles vocábulos.
A palavra inferno foi usada pelos
tradutores por influências pagãs e por preconceitos enraizados na mente de muitos,
mas totalmente estranhos ao texto sagrado.
De acordo com a Bíblia todos os
que morrem, quer sejam bons, quer sejam maus descem á sepultura, ao lugar de
esquecimento e ali esperam até o dia da ressurreição quando então receberão a
recompensa. (Apocalipse 22:14).
Muitas das traduções modernas da
Bíblia, mais fiéis aos originais hebraico e grego, preferem manter estas
palavras transliteradas, por expressarem melhor o que o que elas significam.
As palavras Sheol em hebraico e
Hades em grego eram usadas para sepultura, não trazendo nenhum sentido de
sofrimento e castigo eterno.
Geena apenas figurativamente foi
usada por Jesus como um símbolo das chamas destruidoras dos últimos dias por
causa do envolvimento da palavra nos acontecimentos anteriormente descritos.
Textos Não Compreendidos.
Marcos 9:47 e 48:
“E, se um dos teus olhos
te faz tropeçar, arranca-o; é melhor entrares no reino de Deus com um só dos
teus olhos do que, tendo os dois seres lançado no inferno, onde não lhes morre
o verme, nem o fogo se apaga”.
Neste verso, Jesus está citando
um verso de Isaías, capítulo 66 verso 24. Portanto, é necessário que usemos
também este verso de Isaías para entendermos o que está escrito em Marcos.
Vejamos:
“Eles sairão e verão os cadáveres dos
homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu
fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne”. (Isaías 66:24).
- Esta passagem fala em
“Cadáveres”, não em pessoas gritando;
- É preciso muita imaginação
para supor que este verme não morre, e ainda no fogo!
Notou que o verso diz que o verme
não morre? Será que este verme é imortal?
Mas e então o que significa a
passagem?
Como vimos anteriormente no
estudo do professor Pedro Apolinário, a palavra grega utilizada por Jesus nesta
passagem é “Geena” vem de um vocábulo hebraico que se refere ao “Vale de
Hinom”, onde eram queimados pessoas mortas (vivas em sacrifícios oferecidos
pelos pagãos) e o lixo que vinha da cidade de Jerusalém.
Jesus utilizou esta palavra
apenas figurativamente como um símbolo das chamas destruidoras dos
últimos dias no julgamento e punição dos ímpios. Sendo que os discípulos sabiam
que no vale de Hinom as pessoas eram queimadas totalmente, Jesus usou esta palavra
para que eles pudessem compreender melhor a forma com que os ímpios
serão destruídos.
Assim como o fogo do Vale de
Hinom “nunca se apagava” por que era constantemente aceso enquanto não
terminasse de queimar totalmente, assim o fogo que não se apaga no dia
do Juízo não se apagará enquanto não consumir toda a pessoa.
O sentido desta passagem de
Marcos é: Completa e definitiva destruição.
Em Jeremias temos um maior
esclarecimento do que significa, no contexto hebraico, a expressão “fogo
que não se apaga”.
“Mas, se não me ouvirdes, e, por isso,
não santificardes o dia de sábado, e carregardes alguma carga, quando entrardes
pelas portas de Jerusalém no dia de sábado, então, acenderei fogo nas suas
portas, o qual consumirá os palácios de Jerusalém e não se apagará”. (Jeremias 17:27).
Percebeu? Deus falou que se o
povo continuasse a profanar o Sábado, iria acender fogo nas portas da cidade
que “não se apagará”. De acordo com II Crônicas 36:19-21, esta profecia
se cumpriu.
As portas da cidade estão queimando
até hoje? Não!
Isto mostra de forma clara que
esta expressão “fogo que não se apaga” é simbólica, usada para descrever a
eficácia da destruição.
Mas o que
dizer da expressão “Choro e ranger de dentes”, mencionada em Mateus 25:30 em
outros versos Bíblicos?
Jesus não diz que o “choro e
ranger de dentes” são eternos.
Haverá choro e ranger de dentes
por parte dos ímpios que perderão a salvação; mas as Escrituras não afirmam que
será por um tempo indeterminado.
Apocalipse 20:10
“O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro
do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o
falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos
séculos”.
(Apocalipse 20:10).
Primeiramente, temos de perceber que o Apocalipse é um livro simbólico;
é linguagem Apocalíptica.
De acordo com o próprio livro, o
lago de fogo e enxofre é um símbolo da segunda morte, aquela em que não
haverá mais oportunidade de ressurreição. Veja:
“Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos
abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a
todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e
enxofre, a saber, a segunda morte”. (Apocalipse 21:8).
Portanto, o lago de fogo e enxofre é a segunda morte.
No sentido literal, o lago de fogo só
existirá após o período dos mil anos. Isto é muito claro nas Escrituras:
“Então, a morte e o
inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o
lago de fogo”. (Apocalipse 20:14 RA).
Leia o contexto da passagem e
verá que tal lago de fogo será “após o período dos mil anos” que passaremos no
céu, e não antes disto. Quando a Bíblia usa a palavra inferno no sentido de
fogo o faz referindo-se ao lago de fogo no fim; e este lago, não será eterno.
Deve-se ressaltar também que este texto diz que a morte e o inferno
serão lançados no lago de fogo. Se tomarmos este texto como sendo literal,
teremos de admitir que a morte é alguém e que Deus irá lançar fogo dentro do
fogo (pois diz que o inferno será lançado no lago de fogo); tal seria um
disparate.
“Ao mesmo tempo em que é evidente
que os ímpios sofrerão uma terrível sorte, com punição e tormento
correspondentes a sua culpa, também é certo que haverá um fim do pecado e
pecadores. Um inferno ardendo eternamente cheio de criaturas histéricas, que
blasfemam, e incessantemente atormentadas seria uma perpetuação e não um fim ao
pecado e ao sofrimento. Em vez de pôr fim à tragédia humana, seria uma terrível
perpetuação e aumento dela, sem finalidade e sem propósito”
O sofrimento de alguns pecadores
ao queimarem sem dúvida durará um período de vários dias e noites (Ap 20:10),
porque cada pessoa ímpia será recompensada “conforme as suas obras” (Mateus
16:27). Sendo assim, o diabo demorará mais tempo do que os outros, pois seus
pecados foram um maior proporção do que os pecados de qualquer outro; mas a
Bíblia não diz que ele será atormentado pela eternidade, pois o livro sagrado
afirma:
“... os ímpios serão como
o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que
não lhes deixará nem raiz nem ramo... Pisareis os perversos, porque se farão
cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o
SENHOR dos Exércitos”. (Malaquias 4:1-3).
A Palavra de Deus é clara em dizer que os ímpios se farão em cinzas;
alguém que se desfez em cinza não existe mais; não pode gritar.
Neste momento pode surgir a
pergunta: mas porque então em Mateus 25:46 diz: “E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a
vida eterna?” (Mateus 25:46). Façamos um
estudo sobe a palavra Aionios, traduzida em nossas Bíblias por ‘eterno’, ‘para
sempre’, etc..:
Castigo Eterno
(Aionios).
Li certa vez no livro do Dr. D.
James Kennedy (Pastor da Igreja Presbiteriana – estrangeiro) intitulado “Porque
Creio”, um de seus ‘argumentos’ acerca da palavra aion em relação à eternidade
da punição dos ímpios (olam em hebraico), no subtítulo “Porque Creio no
Inferno”, p. 56 o seguinte:
“A palavra hebraica usada no Velho Testamento para
eterno é olam, com seus derivados e cognatos. No Novo Testamento, a palavra
paralela é o vocábulo grego aionios, e todos os seus derivados cognatos,
derivados de aeí, que significa sempre. Um autor declara que todas as palavras
usadas no grego e no hebraico, para se referir á eternidade de Deus e á
eternidade das bênçãos dos redimidos no céu são usadas também para descrever a
eternidade dos sofrimentos dos perdidos no inferno (MUNSEY, William Elber –
Eternal Retribution. Murfreesboro, TN, Sword of Lord Publishers, 1951, p. 65.).
Se a punição do ímpio fosse limitada ao tempo, então chegaria também o dia em
que Deus seria extinto, pois os mesmos termos são usados. Se esses termos não
descrevem a eternidade, então não existe no grego ou no hebraico uma palavra
que significa eternidade – e isso é impossível. Usou-se toda palavra que
poderia ser usada para significar eternidade”.
É de pasmar que um doutor em
teologia afirme que esta palavra sempre signifique um “período sem fim”...
“As palavras que se traduzem por
“eterno” e “todo o sempre” não significam necessariamente que nunca terão fim.
No Novo Testamento, vem do grego aion, ou do adjetivo aionios. É impossível
forçar este radicas grego significar sempre um período que não tem fim.
“A palavra aionios, traduzida
como "eterno", "para sempre", significa literalmente
"perdurando por um século".
Comentando o texto de Filemom 15,
o erudito H. G. Moule:
“O adjetivo aionios tende a
marcar a duração enquanto a natureza da matéria o permite. E no uso geral tem
íntima relação com as coisas espirituais”.Para sempre” neste verso neste texto
significa permanência de restauração tanto natural como espiritual.
Ligado, porém, a Deus significa eterno, para sempre. Também ligado á
“vida” que provém de Deus, significa uma vida de duração sem fim”.
“No grego, a duração de aionios deve sempre se
determinar em relação com a natureza da pessoa ou coisa a qual se aplica.
Por exemplo, no caso de Tibério César, o adjetivo aionios descreve um período
de 23 anos, desde sua ascensão ao trono até sua morte”.
“No NT a palavra aionios se emprega para descrever
tanto o fim dos ímpios como o futuro dos justos. Seguindo o princípio já
enunciado de que a duração de aionios deve determinar-se pela natureza da
pessoa ou coisa a qual se aplica, se deduz que o galardão dos justos é uma vida
sem fim, enquanto que a retribuição dos ímpios é morte que não tem fim (João 3:
16; Rom. 6: 23; etc.). Em João 3: 16 se estabelece o contraste entre a vida
eterna e perecer. Em II Tes. 1:9 se diz que os ímpios sofrerão "pena de
eterna perdição". Esta frase não descreve um processo que seguirá para
sempre senão um ato cujos resultados serão permanentes”.
“O castigo pelo pecado é infligido por meio do fogo
(Mat. 18: 8; 25: 41). Que esse fogo seja aionios, "eterno", não
significa que não terá fim. Isto fica claro ao considerar Judas 7.
Evidentemente, o "fogo eterno" que destruiu a Sodoma e Gomorra ardeu
por um tempo e depois se apagou. Em outras passagens Bíblicas, se faz
referência ao "fogo que nunca se apagará" (Mat. 3: 12), o qual significa
que não se extingüirá até que haja queimado os últimos vestígios do pecado e
dos pecadores”.
Um bom exemplo temos, como mencionado anteriormente, na passagem Bíblica
de Judas sete:
“...como Sodoma, e Gomorra, e as cidades
circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo
após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno(pyros aionioy),
sofrendo punição”. (Judas 1:7 RA).
A Bíblia diz que Sodoma e Gomorra estão postas como exemplo de fogo
eterno.
Analisemos: Por acaso estas cidades ainda estão ardendo?
Não, pois em II Pedro 2:6 diz que estas cidades firam “reduzidas a cinzas”!
Sodoma e Gomorra não estão
queimando, pois além de serem transformadas em cinzas, hoje elas estão
localizadas embaixo do Mar Morto. Água
pega fogo?
O significado de aionios (e seus derivados) como
uma existência infinita (no caso de referir-se a Deus e á sua natureza,
por exemplo) “não é derivada da expressão em si, mas da com que está associada.”
(neste caso, Deus).
“51 vezes no Novo Testamento, aionios se
aplica á eterna alegria dos redimidos, o que, é claro, não possui limitação de
tempo. Pelo menos 70 vezes na Bíblia, essa palavra qualifica objetos de uma
natureza limitada e temporária; assim, indica apenas uma duração indeterminada.
Quando lemos que Deus é “eterno”, isso é verdadeiramente eterno, como
entendemos o termo. Quando lemos que as montanhas são “perpétuas”, significa
que duram tanto quanto possível durar uma montanha. A Bíblia, freqüentemente,
usa aion, aionios e seus derivados hebraicos (olam em suas várias
formas) para falar de coisas que findam. O aspergir do sangue na Páscoa era uma
“ordem eterna”. (Êxodo 12:24), assim como o sacerdócio de Arão (Êxodo 29:9;
40:15; Levíticos 3:17), a herança de Calebe (Josué 14:9), o templo de Salomão
(I Reis 8:12, 13); o tempo de vida de um escravo (Deuteronômio 15:17) e a lepra
de Naamã (II Reis 5:27). Essas coisas não duraram “para sempre” de acordo com
nossa concepção da palavra. Elas duram além da visão daqueles que as ouviram
pela primeira vez sendo chamadas “eternas”, e depois disso nenhum tempo limite
foi estipulado. Aionios fala sobre o tempo ilimitado, dentro dos limites
determinados para aquilo que modifica”.
Portanto, podemos concluir que a expressão “fogo
eterno” na linguagem Bíblica não quer dizer um período sem fim.
O fogo será eterno nas conseqüências, nos
resultados (a pessoa nunca mais será ressuscitada) e não na duração.
“O Castigo é eterno quanto foi a destruição de
Sodoma, mas o ato de punir não continua, perpetuando assim o pecado e o
sofrimento”.
Se o estado de punição continuasse, passagens como
a de Apocalipse 21:4 e outras que mencionam que não mais haverá o pecado
e o sofrimento não poderiam estar na Bíblia, pois os maus
continuariam blasfemando contra Deus no inferno (blasfemar a Deus é pecado) e
sofreriam as dores do fogo para sempre (o sofrimento não teria um fim). Haveria
uma grande incoerência nas Escrituras. Graças a Deus que não é assim!
Alguns teólogos querem confundir a mente das
pessoas; a Bíblia tem textos claríssimos de que aion pode se referir a
um curto período de tempo (lembra do exemplo de Davi? A Bíblia diz que Davi
seria rei de Israel eternamente (para sempre). A mesma escritura Sagrada
diz que Davi morreu e que reinou sobre Israel 40 anos. (I Reis
2:10 e 11; I Crônicas 29:27 e 28). Paulo também disse que Davi “adormeceu”
(Atos 13:36). O termo “eternamente” ou “para sempre” neste verso simplesmente
refere-se a um período de 40 anos, tempo em que Davi reinou). Vemos portanto
que a expressão ‘eterno’ nem sempre expressa um período sem fim.
Os comentaristas que crêem no
tormento eterno deveriam avaliar estes versos Bíblicos que mostram a curta
duração de tempo (em alguns casos) no significado de aoin. Devemos usar toda a
Escritura para depois chegarmos a um consenso. Infelizmente, tal não é feito
por estes irmãos. Creio que Deus irá dar a eles toda a instrução para que não
permaneçam neste equívoco; caberá a eles aceitar.
A vida eterna dos justos não
exige um sofrimento eterno para os ímpios, “assim como pastos verdes não exigem
vacas verdes”. (Pastor Mark Finley).
O fogo será eterno nas conseqüências (a pessoa nunca mais será
ressuscitada) e não na duração.
Apocalipse 14:11
“A fumaça do seu tormento
sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de
noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do
seu nome”. (Apocalipse 14:11).
Esta passagem é muito semelhante
á de Apocalipse 20:10. A explicação anterior aplica-se a este texto também, mas
vou dar outro exemplo Bíblico do que significa a expressão “a fumaça de seu
tormento sobe pelos séculos dos séculos”.
“Os ribeiros de Edom se
transformarão em piche, e o seu pó, em enxofre; a sua terra se tornará em piche
ardente. Nem de noite nem de dia se apagará; subirá para sempre a sua fumaça;
de geração em geração será assolada, e para todo o sempre ninguém passará por
ela”. (Isaías 34:9-10).
O texto diz que Edom seria
destruída, e que seu fogo não se apagaria nem de dia e nem de noite, e que “sua
fumaça subirá para sempre”.
“Onde estão os Edomitas? Já
desapareceram a muito tempo e na sua terra o fumo não está subindo nem
queimando e muito menos o piche está ardendo até hoje (Ezequiel 25:13 e 14)”.
Como comentamos antes, o
Apocalipse está cheio de linguagem simbólica. Este livro nos apresenta bestas
horríveis, escorpiões, um cordeiro abrindo um livro, um dragão fazendo guerra
contra uma mulher, etc.
O Dragão e a besta que são
atirados no lago de fogo são figuras simbólicas; portanto, a fumaça do tormento
subindo pelos séculos dos séculos também é simbólica. Esta expressão é uma
forma poética de falar (usada pela Bíblia) sobre uma terrível conclusão: a
natureza irrevogável do julgamento final.
Quanto Tempo É Para Sempre?
Outro fator muito importante, e talvez o mais de todos, é o fato de que
na Bíblia a expressão “para sempre” na maioria dos casos não tem o mesmo
significado que para nossa língua portuguesa; portanto, o mais seguro é
buscarmos o significado deste termo na própria Bíblia e não em dicionários. Eis
alguns exemplos:
1o Exemplo:
“Então, o seu senhor o levará aos juízes, e o fará
chegar à porta ou à ombreira, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma
sovela; e ele o servirá para sempre”. (Êxodo 21:6 RA).
Quando Moisés deu a Israel a lei
acerca da relação de um senhor para com seu servo, ele disse que depois que o
empregado tivesse a orelha furada, teria de servira o seu senhor “para sempre”.
Será que isto quer dizer que nós (e o povo de Israel) teremos escravos por toda
a eternidade? De maneira nenhuma, pois ao escravo morrer, não poderia mais
servir ao seu senhor.
Neste contexto, a expressão “para
sempre” significa que o servo tem de servir ao seu dono enquanto ele
viver.
2o Exemplo:
“Ana, porém, não subiu e disse a
seu marido: Quando for o menino desmamado, levá-lo-ei para ser apresentado
perante o SENHOR e para lá ficar para sempre”. (I Samuel 1:22).
Ana, a mãe de Samuel, levou-o ao
templo para que ele servisse “para sempre”. Por acaso Samuel iria estar no
templo terreno aprendendo a ser um sacerdote para sempre? Não, pois a Bíblia
diz em I Samuel 1:28 que ele estaria lá enquanto vivesse.
3o Exemplo:
“Desci até aos fundamentos dos montes, desci até à
terra, cujos ferrolhos se correram sobre mim, para sempre; contudo, fizeste
subir da sepultura a minha vida, ó SENHOR, meu Deus!” (Jonas 2:6).
Aqui Jonas está relatando o incidente que o tinha acometido: tinha sido
engolido por um grande peixe e estava na barriga dele. Mas será que ele ficou para
sempre dentro do peixe? Deixemos que a própria Bíblia nos responda:
“Deparou o SENHOR um grande peixe, para que tragasse
a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites no ventre do peixe”. (Jonas 1:17).
“Então, alguns escribas e fariseus
replicaram: Mestre, queremos ver de tua parte algum sinal. Ele, porém,
respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será
dado, senão o do profeta Jonas. Porque assim como esteve Jonas três dias e três
noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e
três noites no coração da terra”. (Mateus 12:38-40)
O livro de Jonas diz e o próprio Senhor Jesus Cristo que Jonas esteve
“três dias e três noites” na barriga do peixe. Neste contexto, a expressão para
sempre é três dias e três noites.
4o Exemplo:
“Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua
descendência para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a
neve”.
(II Reis 5:27).
Geazi foi atacado pela lepra, e o relato Bíblico diz que seria para
sempre. Isto aconteceu aproximadamente 900 anos antes de Cristo nascer. É
Geazi um leproso hoje?
O único significado razoável que “para sempre” pode ter neste
caso é que Geazi seria leproso até que a morte o tomasse.
5o Exemplo:
“... Arão foi separado para servir no
Santo dos Santos, ele e seus filhos, perpetuamente, e para queimar incenso
diante do SENHOR, para o servir e para dar a bênção em seu nome, eternamente”. (I Crônicas 23:13).
Quando Arão foi consagrado como sumo-sacerdote, seu
dever foi logo o de servir ao Senhor, e “dar a bênção em seu nome eternamente”
(ou para sempre).
Arão morreu sobre o Monte Hor antes de os filhos de
Israel entrarem na terra de Canaã. (Números 20:28 e 29). Ele viveu 123 anos
(Números 33:38 e 39). Neste caso a expressão “eternamente” significa enquanto
Arão vivesse.
6o Exemplo:
“Quando alguém vender uma
casa de moradia em cidade murada, poderá resgatá-la dentro de um ano a contar
de sua venda; durante um ano, será lícito o seu resgate. Se, passando-se lhe um
ano, não for resgatada, então, a casa que estiver na cidade que tem muro ficará
em perpetuidade (ou para sempre) ao que a comprou,
pelas suas gerações; não sairá do poder dele no Jubileu”. (Levíticos 25:29-30).
Em tempos antigos não era permitido, por lei, ao
comprador de uma casa dentro de uma cidade, murada em Israel ter um título
legítimo da propriedade até decorrer um ano após ter sido feita a venda.
Durante o ano o vendedor podia apresentar o valor de compra ao comprador e
requerer a devolução da casa. Porém, se o vendedor não conseguisse isso antes
de terminar o período de doze meses, o comprador teria um título legítimo da
casa. A lei dizia: “Enquanto a casa, que estiver na cidade que tem muro, ficará
em perpetuidade (para sempre) ao que a comprou, pelas suas gerações”.
Por quanto tempo o título valia? Obviamente,
enquanto o comprador conservasse a propriedade. Não havia lei que o proibia de
vendê-la a outra pessoa interessada. E ele continuaria sendo o proprietário da
se ela fosse queimada ou destruída? Continuaria sendo sua depois que ele
morresse? Aquela lei foi emitida cerca de 1.400 anos antes de cristo nascer.
Ainda estão de pé tais casas das antigas cidades muradas?
O significado de “em perpetuidade” neste caso é que
o comprador teria um título da casa válido para si mesmo e para seus herdeiros
por todo tempo enquanto desejassem conservar a propriedade.
7o Exemplo:
“O SENHOR, Deus de
Israel, me escolheu de toda a casa de meu pai, para que eternamente fosse eu
rei sobre Israel; porque a Judá escolheu por príncipe e a casa de meu pai, na
casa de Judá; e entre os filhos de meu pai se agradou de mim, para me fazer rei
sobre todo o Israel”. (I Crônicas 28:4 RA).
A Bíblia diz que Davi seria rei de Israel eternamente
(para sempre). A mesma escritura Sagrada diz que Davi morreu e que reinou
sobre Israel 40 anos. (I Reis 2:10 e 11; I Crônicas 29:27 e 28). Paulo
também disse que Davi “adormeceu” (Atos 13:36).
O termo “eternamente” ou “para sempre” neste verso
simplesmente refere-se a um período de 40 anos, tempo em que Davi reinou.
Conclusão:
Havendo considerado cuidadosamente essas passagens,
podemos concluir que o termo “para sempre” ou “eternamente”,
conforme empregado na Bíblia, pode significar tanto um longo como um curto
período de tempo. A duração do tempo envolvido vai depender da natureza da
pessoa ou coisa que a expressão é aplicada.
Quando lemos a respeito de Deus, que “sua
misericórdia dura para sempre” (Salmo 106:1; 107:1), significa que enquanto
Deus existir, a sua misericórdia continuará a existir. Porque Ele é eterno em
sua natureza, seus atributos também são eternos. Sendo assim, a palavra aionios
tem o sentido de eternidade.
Quando, porém o adjetivo aionios (para
sempre, eterno, etc.) é aplicado a coisas deste mundo, e expressão pode
significar apenas o tempo que elas duram.
“Porque no dia da ressurreição serão concedidas aos
justos a vida eterna e natureza imortal, muitas coisas ditas acerca de sua
existência futura como duradouras “para sempre”, significam pela eternidade,
porque a expressão “para sempre” significa o tempo que a coisa pode existir.
Por isso, muitos eruditos Bíblicos dão ás palavras
originais em hebraico e grego traduzidas como “para sempre” um significado mais
preciso e correto, que é idade duradoura”.
Algumas Provas Bíblicas De Que Os
Ímpios Não serão Atormentados Por Toda a Eternidade:
- Deuteronômio 32:22;
- I Samuel 28:9;
- Salmo 21:9;
- Salmo 34:21
- Salmo 37:9;
- Salmo 37:10;
- Salmo 37:20;
- Salmo 37:28, 22 e 38;
- Salmo 62:3;
- Salmo 92:7;
- Salmo 92:9;
- Salmo 94:23;
- Salmo 97:3;
- Salmo 104:35;
- Salmo 145; 20;
- Provérbio 2:22;
- Provérbio 22:23;
- Provérbio 29:1;
- Isaías 5:24;
- Isaías 11:4;
- Ezequiel 18:4 e 26;
- Obadias 16;
- Malaquias 4:1;
- Malaquias 4:3
- Lucas 17:27 e 29;
- Romanos 6:23;
- Romanos 8:13;
- I Tessalonicenses 5:3;
- II Tessalonicenses 1:7-9
- II Tessalonicenses 2:8 e 9;
- Filipenses 3:19;
- Tiago 1:15;
- II Pedro 2:6;
- Apocalipse 20:9;
- Apocalipse 21:8.
Para entender melhor a justiça de
Deus no trato com os ímpios, vou mostrar-lhe uma ilustração.
Digamos que uma pessoa cometeu
muitos crimes: matou muitas pessoas, roubou, estuprou, etc. Ao chegar o dia de
seu julgamento, o juiz resolve “absolver” o culpado. Logicamente isto iria
provocar uma revolta enorme na população e iria incentivar ao crime e certamente
acusariam o juiz de um tremendo sem vergonha.
Agora analisemos de outro ângulo.
Suponhamos que o criminoso não seja absolvido e que o juiz o sentenciou á
“tortura eterna”, através do fogo, queimando o assassino a sofrer a dor por
toda a sua existência. O que as pessoas e os meios de informação iriam dizer
deste juiz? Que ele é um “tirano” e homicida.
O mesmo se dá no trato de Deus
com o ímpio. Se Deus não puní-los, os seres de outros mundos e os anjos não
terão motivos para respeitar a Deus. Eles (outros seres) poderiam dizer:
-“se eles pecam á vontade e não
são punidos, então eu também posso”!
Se o Senhor punir pessoas a uma
“eternidade de sofrimento”, os anjos poderiam argumentar:
-“Seria justo uma pessoa que
pecou 70 anos (ou mais, depende do tempo de vida) ser condenado a uma
eternidade de sofrimento?”
Os anjos e outros seres,
inclusive nós, iríamos servir a Deus “por medo do tormento eterno” e não por
amor.
Entendeu o problema? O caráter de
Deus, que “é amor” (I João 4:8) e “justiça” (Salmo 71:19) jamais se
harmonizaria com uma coisa dessas. Deus não tem prazer nem na morte do
perverso, quanto mais em vê-lo sofrer pela eternidade! (Leia Ezequiel 18:23 e
32). Deus é bom até para com os ingratos e maus (Lucas 6:35).
Seríamos felizes no céu, se
soubéssemos que algum parente ou filho nosso está queimando no “fogo do
inferno”. Não. O céu seria triste se pudéssemos ouvir ou mesmo saber que algum
querido nosso está ardendo em chamas. Como irias olhar para Deus? Com amor ou
medo?
Graças a Deus por a Bíblia não
pregar isto!
Um dia Deus irá terminar com o
sofrimento. Veja:
“E lhes enxugará dos
olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto,
nem dor, porque as primeiras coisas passaram”. (Apocalipse 21:4).
Se o “inferno de fogo” durasse
para sempre, esta passagem não poderia estar na Bíblia, pois o luto, o
sofrimento, o pranto e a dor não cessariam. O pecado seria eterno,o que
contraria plenamente as Escrituras.
Se há um inferno eterno e o se diabo fosse
atormentado por toda a eternidade juntamente com os pecadores, teríamos de
aceitar pelo menos outras 4 heresias:
1a) Que o diabo, os demônios e os
pecadores são e serão eternos. Deus não conseguirá um dia destruir o diabo
definitivamente? Que dizer dos seguintes textos: Malaquias 4:1-3; Romanos
16:20; Hebreus 2:14?
2a) Que o pecado é eterno – se os
ímpios fossem atormentados com o diabo eternamente, nunca iriam deixar de ter
raiva de Deus por estarem no fogo, e continuamente o blasfemariam. Estariam
constantemente pecando.
3a) Que muitas pessoas que pecaram
70 ou oitenta anos irão sofrer a mesma penalidade que satanás, que pecou desde
o princípio e que foi o originador do pecado. Isto na estaria de acordo com os
seguintes textos Bíblicos: Ap 20:11-13 e Lc 12:47 e 18 (alguns receberão
“muitos açoites e outros poucos”).
4a) Que Deus nunca iria terminar
com o sofrimento. A Bíblia ensina claramente que um dia não existirá mais o
sofrimento (Ap 21:4, etc).
Graças a Deus que não é assim; logo o Senhor
Jesus irá terminar com todo o pecado e sofrimento.
Creia, querido amigo, que Deus
não irá condenar ninguém à tortura, pois ao analisar a Bíblia profundamente,
percebemos isto; se o fizer, a visão que você tem de Deus será mudada, e sua
comunhão com ele será melhor e mais duradoura.
Considerações Finais:
A doutrina do inferno eterno não
é Bíblica; foi originada na mente do diabo para denegrir o caráter e a justiça
de Deus e aperfeiçoada por filósofos pagãos.
O que acontece é que este
ensinamento entrou nas igrejas sutilmente, devido á influência destes filósofos
no passado e uma errada interpretação de alguns versos Bíblicos que não foram
analisados á luz do “contexto” da Bíblia (principalmente a parábola do Rico e Lázaro).
O inferno de “tormento” não
existe; a Bíblia diz que Deus punirá os ímpios no futuro e não agora no
inferno: “porquanto estabeleceu um dia em que há
de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou
diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos”. (Atos 17:31).
Um pergunta: Se as pessoas que morrem hoje já vão para o céu ou
para o inferno de condenação, por que Deus terá que realizar um juízo final?
Afinal de contas já não estão todos julgados?
No livro de Pedro diz que os
anjos maus forma lançados para o Tártaro (lugar de escuridão). Ora, se fosse o
inferno de fogo, como seria escuro?
A palavra inferno, traduzida de
suas línguas originais (Sheol, Hades, etc) simplesmente significa “sepultura”.
Neste momento os ímpios estão
“dormindo” até “aquele dia em que Deus julgará a todos”, pois a morte não passa
de um sono (Jesus disse isto em João 11:11-14 e devemos acreditar nele), onde a
pessoa está inconsciente até a volta de Jesus:
“Porque os vivos sabem que hão de
morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles
recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para
eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz
debaixo do sol... Tudo quanto te vier à mão para fazer faze-o conforme as tuas
forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem
conhecimento, nem sabedoria alguma”. (Eclesiastes 9:5, 6 e 10).
“Cada um, porém, por sua própria ordem:
Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda”. (I Coríntios 15:23)
Quando Jesus voltar, ele irá
ressuscitar a pessoa; aí sim ela ficará consciente (João 5:28 e 29; João 6:40).
Os justos serão ressuscitados para irem ao céu (I Tessalonicenses 4:16 e 17,
etc) e os maus para serem destruídos (Malaquias 4:1, etc), pois não aceitaram a
Jesus como salvador, rejeitaram seus ensinamentos e seus convites de amor.
Veja ainda que o verso três de
Malaquias 4 (e muitos outros ainda) diz que “os ímpios se farão em cinzas”; se
os maus ficarão em cinzas como serão atormentados eternamente?
Os textos Bíblicos usados por
muitos ‘em favor’ da existência do inferno não foram corretamente traduzidos de
sua língua original e foram tirados de seu contexto.
“Aquele que não ama
não conhece a Deus, pois Deus é amor”. (I João 4:8). Um Deus de amor jamais iria queimar
alguém pela eternidade; sua justiça e misericórdia não permitem isto. Se Ele o
fizesse, a dor, o sofrimento, o luto, não deixariam de existir nunca; as pessoas
iriam blasfemar de Deus eternamente no ‘inferno’ e assim o pecado seria eterno.
Confie no amor de
Deus. Vá a Ele sem temor, pois o Senhor lhe ama e quer bem. Ele tem muito mais
a te oferecer do que um inferno de fogo. Aceite a Jesus como salvador de sua
vida e verás que a cada dia Ele lhe mostrará o amor do Pai e do Espírito Santo
por você, tornando-o (a) uma pessoa mais feliz e confiante quanto ao futuro.
“Porque não tenho prazer na morte de
ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei”. (Ezequiel 18:32).
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